widget
Monografia “Inovações Tecnológicas no Brasil e seus principais Efeitos na Educação” => vá para a Barra Inferior deste Blog

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Educação - Introdução - Educação: O que é? - A Função Social da Escola - As Dimensões Educativas - Os Quatro Pilares da Educação

 EDUCAÇÃO

01. Introdução

 Educação Formal, Não-Formal e Informal


 Função Social da Escola




 As Dimensões Educativas: http://www.rieoei.org/deloslectores/Barros.PDF


 EDUCAÇÃO - UM TESOURO A DESCOBRIR 



 EDUCAÇÃO - UM TESOURO A DESCOBRIR - Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI: http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf



 LEARNING - THE TREASURE WITHIN
Learning - The Treasure Within


 Educação, um tesouro a descobrir:
http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=10&texto=528


 Quatro Pilares da Educação:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quatro_Pilares_da_Educa%C3%A7%C3%A3o

 Os Quatro Pilares da Educação

 The Four Pillars of Education: http://www.unesco.org/delors/fourpil.htm

 O que nos Ensinam os Quatro Pilares da Educação para o Século XXI:

(Tela cheia):  http://pt.scribd.com/full/24084255?access_key=key-24aw2zypwekj5x798yz4

Os quatro pilares da educação para o século XXI

 Reflexões sobre os Pilares da Educação
Autor: Antonio Rosemir do Carmo

REFLEXÕES SOBRE OS PILARES DA EDUCAÇÃO

Na atual conjuntura da globalização das relações econômicas, políticas e culturais e da acelerada mudança da base tecnológica e do processo produtivo, a educação tornou-se uma estratégia para o desenvolvimento sustentável e equitativo. Já é amplamente aceita a idéia de que a educação se transformou na maior vantagem comparativa dos países e das empresas para enfrentar a competitividade internacional. Além disso, o grau de escolaridade constitui-se um dos principais fatores que determinam o nível de empregabilidade dos indivíduos.

Sabemos, no entanto, que a educação por si só não gera emprego, mas é imprescindível para manter o trabalhador empregado e favorecer sua inserção social no mundo da produção. Para tanto, não basta apenas manter a expansão do sistema educativo, mas promover a melhoria da qualidade do ensino ofertado, pois, sem isso, será impossível atender à demanda de recursos humanos cada vez mais qualificados para acompanhar as mudanças em curso. Portanto, o bom desempenho do sistema educacional é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento auto-sustentável do nosso País, neste século.

Pensando em responder a essas questões e a outras mais necessárias para uma nova educação para este século, a Comissão presidida por Jacques Delors, apresentou os quatro pilares da educação que, na prática, interagem e são interdependentes, mas que se fundamentam numa concepção de totalidade.

O primeiro pilar é o do aprender a conhecer, que aponta não apenas à aquisição de uma grande quantidade de saberes codificados, mas o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento. O saber, aqui, passa a ser considerado como um meio e uma finalidade da vida humana. Um meio, porque há uma necessidade de que cada um compreenda o mundo em que vive e uma finalidade, porque essa necessidade se fundamenta no prazer do compreender, do conhecer, do descobrir.

Conhecer o mundo requer uma ruptura entre os novos saberes adquiridos e os saberes anteriores, como bem nos lembram Barbosa e Bulcão (2004, p.51) "conhecer é se aventurar no reino do novo e do abrupto é estabelecer novas verdades através da negação do saber anterior e da retificação de conceitos e idéias que anteriormente nos pareciam sólidas".

Aprender a conhecer e aprender a fazer, que é o segundo pilar, são indissociáveis. No entanto, o segundo está mais intrinsecamente ligado à questão da formação profissional, como por exemplo: como ensinar o educando a colocar em prática os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro, quando não se pode prever qual será a sua evolução, sendo que é a esta última questão que a Comissão tentará responder de forma mais precisa.

Olhando de formar crítica esse pilar, vemos que a aprendizagem tem por objetivo preparar os indivíduos para servir ao sistema, perdendo-se de vista o aprender a fazer como complemento do aprender a saber. Sobre isso, Foucault (2001) percebe a identificação de um mecanismo de funcionamento social que permeia as diversas instituições que da genealogia do poder fazem parte. "São métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que asseguram a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade..." (FOUCAULT, 2001, p.17). Infelizmente isso é o que tem ocorrido em relação à sociedade tecnicizada: um mecanismo ou instrumento que permite o controle de corpos e mentes.

Foucult (2001) sugere, pois, que existe um poder disciplinar que não atua do exterior, mas trabalha o corpo dos homens manipulado seus elementos, produzindo seu comportamento a fim de fabricar o tipo de homem necessário ao funcionamento e manutenção da sociedade industrial capitalista. A educação, atualmente, tem se adaptado ao trabalho, procurando desenvolver cada vez mais habilidades e competências específicas em função das demandas mercadológicas, colocando o indivíduo a serviço do sistema.

Dessa forma, entendemos que não se pode desassociar o primeiro pilar do segundo, nem tão pouco deixar que o aprender a fazer domine o aprender a conhecer, gerando ao invés de indivíduos críticos, construtivos e emancipados, indivíduos mecanicistas e reducionistas.

O terceiro pilar nos traz a visão do aprender a viver juntos, a viver com os outros. Este é, a nosso ver, um dos maiores desafios da educação, porque os seres humanos têm uma tendência a supervalorizar as suas habilidades e as do grupo ao qual pertencem e a alimentar preconceitos desfavoráveis em relação ao que vem de encontro aos seus sistemas de valores e crenças, incluindo o comportamento de pessoas e grupos.

A proposta harbemasiana que diz que há uma interlocução entre os diversos atores sociais cujos atos são coordenados por meio de atos de fala, permitindo que um indivíduo motive o outro usando a linguagem como interação para que concorde com sua proposição é um dos principais pressupostos da educação moderna, por admitir o estabelecimento do consenso por meio do entendimento entre as partes

Ao instituir a racionalidade comunicativa como ação racional, por meio da qual indivíduos aceitam, em relação a outros e a si mesmos, uma relação de recíproco conhecimento, Habermas abre espaço para diálogos francos e transparentes, onde mesmo aquele que ocupa, em determinado momento, o lugar de aprendiz tem espaço para argumentar e de certa forma, também ensinar àquele que está na posição de mestre. Essa relação de comunicabilidade transparente pertence ao que Habermas definiu como mundo da vida.

Vejamos:

É o lugar transcendental no qual falante e ouvinte se encontram; em que são colocadas, reciprocamente, a pretensão de que suas emissões concordam com o mundo (com o mundo objetivo, com o mundo subjetivo e com o mundo social); e em que podem criticar e exibir os fundamentos dessas pretensões de validade, resolver suas diferenças e chegar a um acordo (HABERMAS, apud, TENÓRIO, 2000, p.85).

Ainda sobre os aspectos relacionados ao pilar aprender a viver juntos, de acordo com Braslavsky (2002), gostaríamos de incluir os itens que foram discutidos durante a 46ª Conferência Internacional de Educação – Genebra – Setembro de 2001, identificados como necessidades de aprendizagem para viver juntos e para assegurar a participação social, que devem constituir a base para buscar respostas adequadas a tais desafios:

> aprender a viver juntos requer o desenvolvimento da cidadania;
> aprender a viver juntos exige conhecimentos;
> aprender a viver juntos requer cooperação e intercâmbio;

O quarto e último pilar, aprender a ser, nos permite inferir que a educação deve contribuir para o desenvolvimento total do educando: espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Toda pessoa deve ser preparada para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si só, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.

Cremos que todas essas características dizem respeito a um sujeito emancipado, uma vez que o homem não pode ser visto isoladamente do seu contexto social. Para aprender a ser, em nosso entendimento, pressupõe que o indivíduo questione seu papel no contexto social, compartilhando de regras de convivência, e diálogo com seus semelhantes, fato de suma importância, não apenas para o desenvolvimento do indivíduo, mas de toda a sociedade.

Acreditamos que as competências básicas que precisam ser incorporadas ao desenvolvimento dos indivíduos: competência pessoal, relacional, produtiva e cognitiva possam ser melhor compreendidas se incorporarmos reflexões sobre as idéias produzidas pelos pensadores anteriormente citados, como forma de compreendermos a educação como instrumento de construção de uma sociedade verdadeiramente aberta, em termos políticos, mais justa em termos sociais e mais igualitária em termos econômicos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Elyana; BULCÃO, Marly. Bachelard: Pedagogia da razão, pedagogia da imaginação. Petrópolis: Vozes, 2004.
BRASLAVSKY, Cecília (org). Aprender a viver juntos: educação para a integração na diversidade. Educação do trabalhador, n° 3. Unesco, IBC, SESI, UnB. Brasília: 2002.
DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 2001.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 16ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2001.
TENÓRIO, F. G. Flexibilização Organizacional: mito ou realidade? Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2000.

Perfil do Autor

Professor, formado em Pedagogia com habilitação em Língua Portuguesa e Suas Literaturas. Especialista em Met. do Ens. Fund. e Médio, Gestão Escolar, Mat. e Física. Mestrando em Educação. Atualmente é Dirigente Municipal da Educação do Município de Saboeiro - Ceará. Desde 1988 atua na educação Básica e Educação Superior.


Nenhum comentário:

Postar um comentário